Em 1988 quando os trabalhadores brasileiros se organizaram e pressionaram o Congresso Constituinte pelas 44 horas semanais (antes trabalhávamos 48 horas por semana), os patrões organizaram uma campanha contra o Brasil e nós trabalhadores.
Para os patrões e seus porta-vozes, o Brasil pararia caso fossem adotadas as 44 horas semanais. Haveria desemprego, ninguém mais contrataria novos trabalhadores e o caos econômico se instalaria no Pais.
Passados 20 anos, ficou provado que a campanha dos patrões contra a redução da jornada de 48 horas para 44 horas, sem redução de salário, era terrorista e mentirosa. O Brasil nunca progrediu tanto nestes últimos 20 anos. Com ganhos em todos os aspectos, seja na produtividade dentro das empresas, na qualificação dos nossos trabalhadores e, até mesmo, na lucratividade das empresas que antes eram contra a redução da jornada.
Agora, vamos avançar para as 40 horas semanais. A gritaria dos patrões tenta repetir o terrorismo de 1988. Claro que não vai adiantar pois os trabalhadores estão cada vez mais organizados.
Agora, temos nossas centrais sindicais reconhecidas. Temos nossa imprensa ativa e que chega às fábricas. Temos muito mais liberdade de organização dentro e fora das fábricas.
Além disso, vivemos agora um ano eleitoral. E sabemos, direitinho, como funcionam os mecanismos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Por isso, reproduzimos nesta página os telefones e e-mails das lideranças dos partidos. São estes deputados e senadores que têm que colocar em pauta a votação das 40 horas semanais. E serão eles os responsáveis caso a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não aprovem a redução da jornada, sem redução de salários.
Queremos 40 horas semanais para passar mais tempo com nossas famílias, ajudar nossos filhos nas lições de casa, viver mais a nossa própria vida e gastar um tempinho com a gente na própria requalificação profissional.
Os patrões, por enquanto, só apostam no terrorismo. Mas nós, trabalhadores, vamos apostar na democracia e na pressão em cima dos deputados federais e senadores, que virão até nós em busca dos votos da reeleição. E só terão nossos votos se aprovarem, antes das eleições, as 40 horas semanais. Para gerar mais de 2 milhões de novos empregos.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
Fonte:
Andressa Besseler