Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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40 anos da greve de Osasco

Começou na quarta-feira, 16 de julho, os debates “1968: Memórias de uma História de Luta”, que marcam o aniversário de 40 anos da Greve de Osasco. O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, estão entre as presenças confirmadas. O evento é organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e pela Prefeitura de Osasco e acontece no Centro de Formação dos Professores, no centro de Osasco (SP).

Os debates começam com a apresentação do vídeo sobre a greve, “1968: Memórias de uma História de Luta”, produzido pelo Sindicato. O vídeo é composto por depoimentos de protagonistas da greve que contam os bastidores e as razões do movimento. Além da exposição “Direito à Memória e à Verdade: a Ditadura no Brasil 1964-1985”, da Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Na sexta-feira, 18, Vannuchi inaugura o Memorial aos Companheiros mortos pela ditadura militar: José Campos Barreto, José Domingues da Silva e Dorival Ferreira. No mesmo dia, Dirceu estará no debate sobre a participação dos estudantes na articulação da greve, junto a Roque Aparecido (coordenador de Relações Internacionais do Município de Osasco) e Antonio Roberto Espinosa (jornalista).

Até terça-feira, 22, haverá debates sobre as mulheres na greve e sobre a conjuntura em que a mobilização ocorreu. Além da estréia do espetáculo “68+40”, produzido pelo grupo Boca de Pano (veja a programação). Os debates são gratuitos e abertos aos interessados.

Afronta à ditadura – Em 16 de julho de 1968, os cerca de 4 mil trabalhadores da Cobrasma ocuparam a fábrica e fizeram parar a produção de uma das principais empresas da cidade. Na seqüência, os trabalhadores da empresa Lonaflex também pararam, seguindo a risca o plano elaborado pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos – na época era presidido por José Ibrahin – e por outros grupos organizados (estudantes, religiosos, grupos que defendiam a luta armada, entre outros). O objetivo da manifestação era cobrar não só reivindicações como reajuste de 35%, mas principalmente afrontar a ditadura militar que restringia os direitos da maioria da população, incluindo os direitos de organização dos trabalhadores.

No dia seguinte, 17 de julho, metalúrgicos da Braseixos, Brown Broveri, Barreto Keller e outras fábricas também pararam, mesmo diante da repressão sobre os trabalhadores da Cobrasma no dia anterior. Metalúrgicos também ocuparam a sede do Sindicato para defender a entidade da intervenção, que aconteceu, mas não sem antes se defrontar com a resistência dos trabalhadores. A greve é conhecida nacional e internacionalmente pelo exemplo de organização e afronta à ditadura que significou.

Serviço:
Semana de debates “1968: Memórias de uma História de Luta”
Local: Centro de Formação dos Professores
Av. Marechal Rondon, 262, no centro de Osasco (SP)
Horário: 19h

Informações:
Cristiane Alves
Imprensa – Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região
11-8107-4986/ 3651-7200

Jorge Nazareno
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região
11-8276-9308