A 4ª manifestação da Campanha Salarial 2014 realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo reuniu nesta quinta-feira, 18 de setembro, na zona leste da capital, aproximadamente 4 mil trabalhadores de várias fábricas da região.
“Estamos ampliando nossa mobilização, alertando sobre as dificuldades que vamos enfrentar nas negociações. Os patrões estão com o freio de mão puxado e a unidade é a nossa arma na luta pelo aumento real e demais benefícios sociais da convenção coletiva”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato, CNTM e Força Sindical.
O secretário-geral Arakém afirmou que a diretoria do Sindicato tem a grande responsabilidade de conduzir a categoria e fazer uma grande campanha, mas que é preciso dividir essa responsabilidade com cada trabalhador. “O Brasil passa por dificuldades, mas isto não tira o nosso direito. A exploração do capital pelo trabalho é em todo o mundo. O patrão não gosta do empregado, ele gosta da sua mão de obra. Enquanto você estiver produzindo, sem reivindicar nada, ele é teu amigo. Se você ficar doente ele te dá um pé”, afirmou.
Miguel Torres lembrou aos trabalhadores as dificuldades econômicas do Brasil, o processo de desindustrialização, a falta de uma política industrial, de investimentos, o aumento das importações, que diminuem a produção nacional e tiram empregos e reforçou a importância da categoria estar mobilizada.
“Os companheiros da CUT têm data-base em 1º de setembro e ainda não conseguiram fechar acordo. Isso mostra a falta de respeito e de visão do empresariado. Os mesmos sindicatos que negociam com o ABC são os mesmos que negociam conosco, por isso, começamos nossa mobilização mais cedo”, disse.
Segundo Miguel, a crise não pode ser colocada na mesa de negociação. “Entre 2009 e 2010 saímos da crise financeira com aumento real de salário. Se não derem aumento este ano, ou eles são míopes ou cegos, porque quando tiram dinheiro da economia, o trabalhador não compra, o comércio não vende, a produção para e a crise se instala”, reforçou.
Miguel disse que durante a campanha os metalúrgicos poderão parar fábricas de um determinado grupo patronal, de uma região ou cidade do Interior, pois a campanha é unificada com outros 52 sindicatos de metalúrgicos do Estado. “Precisamos estar juntos para ter aumento.”
Apoio e greve
No final da manifestação, os trabalhadores aprovaram a proposta do Sindicato, de apoio e solidariedade aos metalúrgicos da CUT, e de ir à greve, se os patrões não oferecerem aumento real nem a renovação das cláusulas sociais da convenção coletiva.
Metalúrgicos de Gravataí e UAW
O ato contou com a participação do diretor da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, o Quebra-Mola, e do secretário-tesoureiro do UAW, sindicato dos metalúrgicos dos Estados Unidos, Gary Casteel, que está no Brasil para conversar com entidades parceiras na luta pelo direito de sindicalização dos trabalhadores norte-americanos, e manifestou o apoio à campanha salarial dos metalúrgicos.
“Meu recado é para os patrões: os trabalhadores de todos os lugares do mundo estão se organizando e se ajudando. Oferecemos o nosso apoio a vocês e agradecemos o apoio do Miguel Torres aos trabalhadores da Nissan, nos Estados Unidos, que estão sendo proibidos de terem sindicato”, disse.
Quebra-Mola trouxe o apoio dos metalúrgicos de Gravataí e afirmou que “São Paulo é a locomotiva do País. Se vocês fizerem uma boa negociação, isso vai refletir no País”.
www.metalurgicos.org.br