O governo Lula deve fechar 2009 com a criação de um pouco mais de 1 milhão de empregos formais. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referentes a 2009, serão divulgados hoje pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, e devem mostrar que foram fechados um pouco mais de 300 mil vagas em dezembro. Como foi criado 1,4 milhão de postos de trabalho entre janeiro e novembro, o saldo líquido no ano ficaria próximo de 1,1 milhão de empregos.
Praticamente todas essas vagas foram criadas entre julho e novembro. Nesses meses, a quantidade de contratações ultrapassou a de demissões em 1,11 milhão. No auge da crise, entre julho e dezembro de 2008, foram criados apenas 90 mil empregos. Lupi disse que a recuperação mais forte do nível de emprego, entre julho e novembro, refletiu a retomada da atividade econômica.
Sem cravar números, o ministro afirmou que o resultado negativo de dezembro deve ficar ligeiramente acima da média de 300 mil vagas que normalmente são fechadas no fim de ano. Isso vai ocorrer porque o ritmo de contratações de temporários no segundo semestre ficou bem acima do apurado em anos anteriores, principalmente no setor de serviços e na agricultura. Como a contratação de temporários foi maior, as dispensas de fim de ano seguiram o mesmo movimento.
Mesmo com o resultado negativo de dezembro, Lupi comemorou o número favorável do ano, que, apesar dos efeitos da crise econômica mundial, ficou acima das expectativas de muitos analistas. Para 2010, o ministro mantém o otimismo. Ele projeta a abertura de 2 milhões de postos de trabalho formal, que será sustentada pelo crescimento de 6% a 7% da economia.
De acordo com o técnico do grupo de trabalho e renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Gonzalez, uma quantidade de demissões acima da média no mês de dezembro não chega a ser uma preocupação. Até porque as contratações de julho a novembro do ano passado já ultrapassam o nível verificado no segundo semestre de 2007 quando foram criados 520 mil postos de trabalho, período pré-crise econômica mundial. “A expectativa é de retomada”, afirmou Gonzalez.