Teve início na quinta-feira, 28 de agosto, no Centro de Lazer da Família Metalúrgica, em Praia Grande, o 14º Encimesp (Encontro de Cipeiros Metalúrgicos de São Paulo).
O evento, cujo tema é “O trabalho como determinante no processo saúde-doença”, foi concebido pelo Departamento de Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e contou na abertura com a presença de Miguel Torres, presidente do Sindicato, CNTM e Força Sindical.
Ele destacou a importância da organização para avançar na melhoria dos ambientes e na aplicação das normas de preservação, como a NR 12, que trata da proteção das máquinas e equipamentos.
“O Departamento de Segurança e Saúde do Sindicato tem tradição no movimento sindical. Em 1981, para desenvolvermos a organização dentro das fábricas, o caminho era eleger cipeiros com estabilidade e fazer o mapa de risco, para o Sindicato saber o que tinha dentro das fábricas e poder apontar os problemas, atuar e cobrar medidas. Conquistamos direitos por meio do Departamento e ganhamos prêmios por trabalhos desenvolvidos, como o Máquina Risco Zero – Nossa Meta”, lembrou Torres.
Ministro do Trabalho participa do Encimesp e valoriza cipeiros
O 14º Encimesp prosseguiu nesta sexta-feira, 29 de agosto, com palestra sobre “O trabalho como determinante no processo saúde-doença”, dada pela socióloga Ana Claudia Moreira Cardoso, e a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que valorizou o evento e considerou a atividade fundamental na construção do movimento sindical e do processo de politização dos trabalhadores.
“As Cipas – disse – são uma conquista dos trabalhadores, porque eles podem, por um processo de eleição direta, eleger representantes responsáveis pela preservação da saúde e da segurança”.
O ministro falou também sobre geração de empregos, mas que é preciso estar voltado também para outras questões. “Só pleno emprego não resolve os problemas se não vier acompanhado de melhores condições de trabalho e melhores salários. Hoje temos aumento real, que balizam os acordos coletivos, mas temos muita gente sem carteira assinada, na informalidade, sem nenhuma proteção social e previdenciária. Uma das metas de desafios do Ministério é lutar pela formalização do emprego”, afirmou.
Manoel Dias disse que o Ministério do Trabalho vem, desde o regime militar, perdendo sua importância, mas este é o Ministério mais importante do governo. “A principal função do Estado é gerar emprego e cuidar desse emprego. O Brasil ainda é um País com maior separação social e econômica. Temos milhões de brasileiros que precisam ser resgatados”, disse, acrescentando, que a educação é o principal instrumento de mudança. “Ela é o remédio para todos os males, como saúde precária, falta de higiene etc. A medida que há conhecimento, a pessoa não aceita mais viver sob certas condições. Sem conhecimento o povo não sabe dos seus direitos e aceita tudo”.
O ministro ressaltou que nada existe sem a participação do trabalhador. “Ninguém dá nada pra ninguém, se conquista. O trabalhador tem que participar do Sindicato ativamente. Essa é uma grande escola e vocês estão vendo a força que têm na formulação das ideias e os avanços só ocorrem na medida em que vocês participam. As Cipas são o resultado político de cada um que participa, pois representam cidadania, ativismo. Que saiamos dessa reunião com mais conhecimento e mais solidários, principal virtude e necessidade dos trabalhadores do mundo todo. Esta solidariedade é fundamental na construção de um mundo melhor”, finalizou.
O secretário-geral da Força Sindical, Juruna, também presente no encontro, ressaltou que a prevenção é que garante a saúde. “A prevenção começa em casa, no bairro, com saneamento básico. É preciso eleger representantes das Cipas nas fábricas, que ajudem nesse processo. A saúde no local de trabalho é uma tarefa tanto nosso quanto do Ministério do Trabalho”, disse.
O diretor Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador, agradeceu a presença do ministro, disse que o plenário é composto por cipeiros e técnicos de segurança no trabalho, que é um trabalho de aproximação que o Sindicato faz para debater a realidade do trabalho, e entregou a ele um documento, elaborado em parceria com o Dieese, que aborda a relação saúde-doença, como entender esse processo e acabar com as doenças e os acidentes de trabalho.
Neste segundo dia de trabalho, antes da palestra, os trabalhadores responderam o que entendiam sobre saúde-doença e as respostas formaram um mural na mesa de trabalho.
Metalúrgicos e químicos entregam documento ao Ministro do Trabalho e Emprego
Por Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/CNTM/Força Sindical
Fotos: Dea Segura