“Natural que, a cada ano, todos façam planos e estabeleçam metas. Nós, trabalhadores, renovamos a esperança de que reivindicações que, pelo tempo que foram formuladas, já se tornaram históricas, sejam finalmente atendidas e implantadas, em benefício da classe trabalhadora e, portanto, da imensa maioria das famílias brasileiras. Pois só com investimento e incremento da produção, o país voltará a crescer, sem temer crises econômicas externas ou a inflação interna, se tornando, de verdade, o Brasil de todos e para todos.
Este é o ano da Copa da FIFA no Brasil e temos que correr contra o tempo para que obras de infra-estrutura sejam concluídas de forma que possamos receber bem milhões de visitantes. Sem contar que muitas dessas obras serão fundamentais, também, para a realização das Olimpíadas, em 2016, no nosso Rio de Janeiro. O melhor cartão de visitas que temos para os Jogos Olímpicos daqui a dois anos é o sucesso da Copa, em junho deste ano. O mundo voltará as atenções para o Brasil, e os que aqui vierem deixarão divisas, que, espero, sejam usadas em prol dessa população que tanto trabalha e não desviadas pelo fantasma onipresente da corrupção. São muitos os desafios a vencer, mas, com vontade política, chegaremos lá.
Nossa pauta de reivindicações para 2014 já está formulada e reformulada. Em abril, mais precisamente no Dia do Metalúrgico, marcharemos, unidos, em Brasília, pelo fim das terceirizações, pelo fim do fator previdenciário, pela redução da jornada de 44 para 40 horas, sem redução dos salários, transporte público de qualidade e trabalho decente, entre outros itens da pauta. A unidade das centrais sindicais pelo progresso e futuro do país está selada e se manterá vigorosa em 2014, nesta e em outras ocasiões, porque só a união da classe trabalhadora pode derrubar o interesse do capital em sugar mais e mais, aumentando a desigualdade social e condenando milhares de cidadãos à miséria.
Mas, logo no início do ano, vemos os analistas financeiros admitirem que, a permanecer a política insana e suicida da alta crescente dos juros, a presidenta Dilma Rousseff pode entregar o cargo ao seu sucessor ou retomar a direção geral do país com um patamar de juros maior do que quando o ex-presidente Lula lhe passou a faixa presidencial. Ora, fica claro que rodamos, rodamos, e não saímos do lugar. E não saímos mesmo, porque nossas sugestões para melhorar o país não são levadas a termo.
Mas este é um ano eleitoral. Um ano em que o povo, democraticamente, com liberdade e autonomia, vai às urnas e escolhe seus representantes, no Executivo e Legislativo federal e estadual. Este é um ano singular, porque se em 2013 a população foi às ruas dizer que basta de corrupção, basta de enrolação, que queremos e precisamos de mais saúde, mais educação e novas formas de gestão, em 2014 chegou a hora de dizer, nas urnas, como essa mudança que almejamos vai se dar, definindo os atores. Novos partidos se formaram, novas opções se apresentaram e, nós, trabalhadores, temos a oportunidade de virar o jogo ou, ao menos, torná-lo mais democrático, elegendo fiéis representantes da classe trabalhadora.
Vamos vibrar com o futebol, vamos manter nossas bandeiras de luta erguidas, vamos continuar atuantes e vibrantes, vamos consolidar a unidade das centrais em prol de interesses comuns, apesar das divergências e com autonomia, mas vamos, também, saber escolher o melhor caminho para os próximos quatro anos. Vamos à luta!”.
Francisco Dal Prá
Presidente da Força Sindical/RJ, da Federação dos Metalúrgicos do RJ e secretário de finanças da CNTM