Este sábado, 20 de novembro, é Dia da Consciência Negra. A data é a mesma da morte de Zumbi dos Palmares grande protagonista na luta dos negros por liberdade. O dia também busca gerar reflexão na sociedade sobre as questões raciais.
O Dia da Consciência Negra faz parte do calendário escolar desde 2003 quando foi instituído o ensino de história e culta afro-brasileira na escola, mas a data de 20 de novembro somente é feriado em locais com leis municipais e estaduais específicas.
Não é o caso de Santa Rita do Sapucaí onde está a base do Sindicato dos Trabalhadores do Vale do Sapucaí. A instituição da data chegou a ser discutida localmente, com apoio do Sindicato, porém a legislação municipal ainda não avançou.
O atraso nas mudanças legislativas só confirma que os movimentos negros têm uma estrada longa para percorrer. A população negra ainda é a mais afetada pela crise financeira, é a população que está em maior quantidade nas periferias das cidades e é a mais suscetível aos desarranjos sociais. Fato este que está intimamente ligado aos séculos de escravidão no Brasil, último país da américa a não mais permitir o comércio de seres humanos.
O Brasil, claro, possui passos em direção a uma sociedade justa, porém é preciso andar mais e isso passa pela conscientização de todos sobre respeito, dignidade e coletividade. Tudo isso só acontecerá quando o Brasil deixar de empurrar suas sujeiras para debaixo do tapete e ter coragem de olhar para as suas mazelas com o objetivo de construir uma sociedade onde todos vivam com condições iguais.
Maria Rosângela Lopes
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí, secretária de Relações Públicas da CNTM e integrante da Secretaria para Assuntos Raciais da Força Sindical