DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula aguarda o retorno dos ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda) das férias, na próxima semana, para anunciar novas medidas para conter os efeitos da crise econômica.
Lula demonstrou ontem preocupação com o primeiro trimestre, em reunião da coordenação política, no Planalto, e avaliou que os meses de janeiro, fevereiro e março servirão como uma espécie de termômetro sobre os efeitos da crise na economia brasileira em 2009. “Esses três primeiros meses darão um norte para a economia. Será uma amostra do que vai ser o ano de 2009 [em termos econômicos]”, disse o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).
Múcio não adiantou quais setores serão beneficiados pelas novas medidas, mas afirmou que o presidente tem conversado diretamente com empresários de várias áreas para ouvir opiniões.
“Essas medidas são para que nossas ranhuras sejam as menores possíveis. Não podemos ser inocentes e achar que nada aconteceria. É certo que não estamos voando em céu de brigadeiro e qualquer medida tem que ser bem costurada”, disse o ministro.
Ao ser questionado sobre o fato de o governo ter ajudado com redução de impostos o setor automotivo, mas estar havendo demissões por parte das montadoras, Múcio foi diplomático: “Quem garante que o número não seria maior se providências não tivessem sido tomadas pelo governo?”. Na segunda, a GM confirmou o encerramento de 744 contratos.
Além de novas medidas, Lula irá reunir ainda neste mês os governadores do Norte e do Nordeste para discutir políticas locais de investimentos como forma de manter a economia aquecida. Nos dias 10 e 11 de fevereiro, o presidente receberá os prefeitos eleitos de todo o país para debater a crise e as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O presidente irá pedir aos governadores e prefeitos que atuem como parceiros para enfrentar a crise.
(SIMONE IGLESIAS)