A responsabilidade dos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e a importância da segurança no chão de fábrica foram as questões enfatizadas durante o 1º Encontro de Cipeiros, no dia 16 de maio, no Sindicato.
“Temos de estar atentos ao comprometimento de cada cipeiro. E distinguir se ele quer ser cipeiro para ter estabilidadeno emprego ou para conscientizar a companheirada na prevenção de acidentes do trabalho”, alertou Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.
Martinha lembrou que na época de seu primeiro emprego no chão de fábrica, em 1967, ninguém conhecia o papel da Cipa.
“Após as greves de 1978, os trabalhadores começaram a ter conhecimento sobre o trabalho dos cipeiros. Atualmente, discutem-se a função do cipeiro para mudar a realidade nos ambientes de trabalho, adoção de medidas de segurança pelo empresariado e a sintonia com o Sindicato”, disse.
Tarcísio Marcos de Almeida, médico do trabalho do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, que atende os sindicalizados às segundas, explicou de forma didática o que caracteriza um acidente do trabalho.
“O acidente é caracterizado quando o trabalhador sofre lesão corporal, doença ou perturbação funcional durante o trabalho ou no trajeto residência-trabalho ou trabalho-residência. O acidente de trabalho gera direitos como indenizações, pagamentos de auxílio, estabilidade no emprego”.
De acordo com o médico, caso o trabalhador entenda ter adquirido alguma doença no trabalho pode requerer o pagamento ou cumprimento da obrigação na Justiça do Trabalho. “É preciso ter provas periciais, testemunhais ou documentais, como receitas médicas”.
O especialista explicou também que, para registrar o acidente ou a doença ocupacional, a empresa deve emitir no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT). Outra alternativa é registrar a CAT no site da Previdência – www.previdencia.gov.br – ou no Sindicato.
Em três anos, os acidentes de trabalho cresceram 46,4% no Brasil, saltando de 512 mil ocorrências, em 2006, para quase 750 mil, em 2008. Para reverter essa situação, o Sindicato vai atuar nas fábricas e realizar reuniões bimensais para detectar problemas, discutir soluções e os avanços registrados na categoria.
SE VOCÊ SE ACIDENTOU OU TEM DOENÇA OCUPACIONAL:
Fale com a chefia;
Informe os cipeiros;
Procure atendimento médico, não se esqueça de verificar quem atendeu e guarde todas as guias e receitas médicas;
Não deixe de solicitar e ir atrás da emissão da CAT;
Tire cópias dos documentos e relatórios;
Informe-se, tire dúvidas. Não vá de um lugar para outro sem saber o motivo;
Segurança e tranquilidade no ambiente de trabalho são direitos que devem ser respeitados.
Por Andressa Besseler
Jornalista