Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Metalúrgicos de São Paulo/SP

16º Encimesp discute as ameaças à segurança e à saúde

Encimesp-aprovação.

Cerca de 110 cipeiros metalúrgicos participaram do 16º Encimesp – Encontro de Cipeiros Metalúrgicos – aberto no início da noite de quarta-feira (10), no Centro de Lazer da Família Metalúrgica, em Praia Grande. O diretor Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, deu as boas-vindas aos trabalhadores e destacou a importância do tema a ser discutido: “os rumos da segurança e saúde do trabalhador em tempos de crise: impactos sociais relacionados”.

O presidente do Sindicato e da CNTM, Miguel Torres, chamou a atenção para o forte ataque aos direitos dos trabalhadores pelo setor patronal, destacando o fato de a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e empresários de outros setores quererem derrubar a Norma Regulamentadora 12 (NR12), que determina a proteção de máquinas e equipamentos da indústria, sobretudo prensas, responsáveis pela maioria dos acidentes com mãos e braços.

“Depois de 10 anos de negociação tripartite conseguimos aprovar uma norma que é a mais avançada do mundo em questão de prevenção. Depois que todos assinaram o acordo, o patronato quer sair fora. As empresas tinham prazo para implantar a norma e, de uma hora pra outra, estão fazendo toda uma campanha para abolir a NR12, uma norma que, na visão do empresariado, é muito moderna para o Brasil. Só que quem põe a mão na máquina não é o patrão, somos nós. Então, quem está em risco são os trabalhadores. Não podemos admitir economia de custos em cima da saúde e da segurança”, disse Miguel Torres.

O presidente fez um relato geral sobre as ameaças aos direitos trabalhistas e às propostas patronais e do governo de mexer na legislação trabalhista e previdenciária. “O empresariado e o governo acham que o culpado pela crise no Brasil são os trabalhadores e a maioria da população.” Falou sobre o início antecipado da Campanha Salarial, da mobilização para garantir a renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva e do reajuste salarial e da importância da mobilização.

“Na campanha não se discute só a questão salarial, mas toda a convenção coletiva. Temos cláusulas mais avançadas em relação à CLT. Se o empresariado quer acabar com a CLT imagina o que vão querer fazer com a nossa convenção. Precisamos colocar já a nossa pauta na rua”, disse.

O 16º Encimesp continuou na quinta-feira, com palestras sobre a atuação estratégica dos cipeiros, o papel dos profissionais de segurança e saúde, a atuação sindical na SST e o futuro da Segurança e Saúde e discussão em grupos e será encerrado sexta-feira.

No encerramento, na sexta, 12 de agosto, os cipeiros aprovaram uma moção de repúdio à tentativa de derrubada da NR12, norma regulamentadora que determina a proteção de máquinas e equipamentos da indústria, sobretudo prensas, responsáveis pela maioria dos acidentes com mãos e braços, e contra as demais proposições que ameaçam os direitos trabalhistas e sociais da classe trabalhadora.

miguel-fala6.