A complexidade em se adaptar a energia limpa e os impactos na manutenção dos empregos na cadeia automotiva foram debatidos no Seminário Macrosetorial “Os Desafios para a Descarbonização do Setor Automotivo”, realizado na sede central do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba(SMC) na quinta-feira (11 de maio de 2023).
(O Seminário teve transmissão pelo youtube.com/metaltvsmc.)
A iniciativa é promovida pela Força Sul, em parceria com a Força Sindical do Paraná, Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos(CNTM), Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas (Fequimfar), Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro) e Industriall (entidade que no mundo representa mais de 50 milhões de trabalhadores em 140 países).
No primeiro painel foi explanado pelo economista do DIEESE, Altair Garcia, o ‘’Panorama da Industria Automotiva e de Autopeças no Mundo e no Brasil”.
“Nós temos no Brasil a oportunidade de avançar no protagonismo mundial pelo ponto de vista de aproveitar os fatores de produção e estratégias. Esse tema é tão importante que as trajetórias e as rotas estão ainda em disputa. Então temos aí do ponto de vista estratégico um momento propício para sair na frente”, frisou Altair.
Em seguida, no segundo painel, foi a vez dos representantes de montadoras e do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores(Sindipeças) e da montadoras Renault e Volkswagen relatarem o processo de descarbonização nas respectivas linhas de produção. Coloboraram com o debate o diretor de tecnologia e sustentabilidade do Sindipeças, Gábor Deák, o gerente geral de estratégia industrial da Renault, Matheus Fonseca e o diretor de relações internacionais e governamentais da Volkswagen, Henrique Araujo.
(Confira na transmissão entre 1:03:33 e 2:56:00)
A partir do 3 painel até o ultimo (painel 5) as atenções se voltaram para a preocupação com a manutenção dos empregos da cadeia automotiva do Brasil, inclusive com a colaboração e experiência dos dirigentes sindicais da Espanha, membros das Comissões Obreiras da Espanha(CCOO), Ruben Gonzales Pablos e Rafael Guerrero (Painel 3). Também participo o economista do DIEESE-PR, Sandro Silva.
Além da colaboração internacional, o Seminário fez um “raio x” do processo de descarbonização pela ótica de diferentes categorias, mas englobadas no mesmo processo, entre elas, metalúrgicos, eletricitários, químicos e frentistas.
A defesa dos empregos foi sinalizada pelas lideranças sindicais que palestraram no Seminário.
“Tudo aquilo que altera o modelo produtivo na nossa visão não pode ser aquilo que tira empregos. Não podemos pensar apenas como metalúrgicos, mas com a cadeia produtiva como um todo e articular essa cadeia com um protagonismo forte de nossa parte”, analisou a vice-presidente da CNTM e representante da Industriall, Monica Veloso.
“Nós temos que construir um saída. Uma saída de que não barre a evolução, mas ao mesmo tempo que garanta o emprego dos trabalhadores, a requalificação profissional, a reestruturação do processe produtivo de uma forma que não implique em dano social”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Eduardo Assunção, o Chicão.
“Tenho participado de muitos debates sobre esse assunto e aprendo cada vez mais. E é importante lembrar que precisamos sim estar preocupados com a sustentabilidade do planeta, mas sem deixar obviamente de pensar na questão dos empregos”, alertou o secretário geral do SMC, Jamil Dávila.
“Nós sabemos das dificuldades que vamos ter pela frente em um setor muito importante para a economia brasileira. Esse Seminário é uma importante oportunidade para debatermos e amadurecermos uma proposta que garanta principalmente a manutenção dos empregos”, frisou o presidente do SMC, Sérgio Butka.