“Estamos passando por uma Campanha Salarial muito difícil este ano. No início das negociações com os Grupos Patronais o maior argumento dos mesmos era a questão das eleições e o quadro indefinido que a mesma impunha ao futuro econômico do país.
As eleições passaram e já sabíamos que qualquer que fosse o resultado delas, a choradeira patronal iria continuar como de fato tem sido até agora.
O fato é que não ignoramos os argumentos patronais referentes ao recuo da economia brasileira que vem se desenhando nos últimos dois anos. Sabemos que o setor metalúrgico vem sendo desmantelado pela desindustrialização do país e a difícil questão da importação de componentes e peças à preços muito mais competitivos que os nossos.
Sabemos também de todos os problemas de gestão que o País vem enfrentando e a incapacidade do governo em colocar números positivos novamente em nossa economia. Mas, afinal, será que os trabalhadores têm de pagar novamente as dívidas que ele não criou? E essa é nossa única questão!
Enquanto Governo e empresários encontram caminhos para sobreviverem sempre, os trabalhadores possuem apenas seus empregos para manterem-se e, pior, são os primeiros a serem atingidos quando qualquer sopro de crise se apresenta. Não há Justiça ou Consciência Social em nada disso. Como recuperar a economia, o mercado externo e principalmente o interno com o desemprego e o achatamento de salários ? Isso é impossível.
A questão realmente é complexa mas não devemos assumir absolutamente nada das questões negativas que nos estão sendo impostas. Pelo décimo primeiro ano consecutivo não vamos abrir mão de um reajuste salarial que aumente o poder de compra dos trabalhadores, ou seja, que possua, além da inflação acumulada nos últimos 12 meses, um aumento real de salário.
Contra isso não haverá argumentos que nos faça recuar. Está sendo, sem dúvida, a Campanha Salarial mais difícil em mais de uma década. Nossa pressão através de assembleias e paralisações têm dado resultados e esse é nosso caminho para atingirmos nossos objetivos. Com mobilização e uma forte união dos trabalhadores através de seus sindicatos, certamente conseguiremos mais um bom Acordo para a Campanha Salarial de 2014″.
Cláudio Magrão
Presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de SP