Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Lula discute hoje com aliados aumento para aposentados

Proposta é dar reajuste, em 2010, pela inflação mais 50% da variação do PIB de 2008

Se a proposta for fechada com a base aliada e centrais sindicais, aumento ficará um pouco acima de 6% a partir de janeiro de 2010

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o objetivo de obter apoio do Congresso à proposta que concede às aposentadorias acima do salário mínimo um aumento real equivalente a 50% da variação do PIB de 2008, o presidente Lula convocou para hoje uma reunião com os líderes dos partidos da base aliada na Câmara.

Lula discutiu ontem o reajuste com os ministros envolvidos nas negociações com os aposentados e foi praticamente descartada a possibilidade de um reajuste acima da inflação maior que esse. A posição do governo deverá ser apresentada hoje também a representantes do aposentados, que aguardavam ontem um horário na agenda presidencial.

A proposta, fechada com parte das centrais sindicais em agosto, é dar um reajuste, além da inflação, de metade da variação do PIB, segundo o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). O aumento ficaria um pouco acima de 6% a partir de janeiro de 2010, diz.

Nessa configuração, haveria um gasto extra com a Previdência de R$ 3 bilhões.

De acordo com Fontana, “a área econômica voltou a colocar que as condições das finanças do país são bastante críticas”, que a arrecadação está caindo, mas que “entende que esse padrão de proposta que está feito, se tiver acordo dos líderes da base, deve ser aceito”.

O governo negocia para evitar a aprovação de proposta em discussão no Congresso, apresentada pelo senador petista Paulo Paim (RS). Ela vincula o reajuste de todas as aposentadorias ao aumento do salário mínimo e foi fechada com as centrais sindicais -além desse aumento, haveria ganho real equivalente a 100% do PIB de dois anos antes.

Manifestação

Em marcha ontem em Brasília, as seis maiores centrais sindicais do país pressionaram o governo e o Congresso a aprovar o projeto de valorização do salário mínimo -que prevê aumento real atrelado ao crescimento do PIB-, mas continuaram divididas em relação à política de reajuste para os benefícios da Previdência Social acima do piso salarial.

De acordo com líderes sindicais, a manifestação na Esplanada dos Ministérios reuniu entre 35 mil e 50 mil pessoas para reivindicar, entre outros pontos, a redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas -para a Polícia Militar, foram 15 mil pessoas.

Pelo acerto, 8,5 milhões de benefícios serão reajustados pouco acima de 6%, o que equivale à variação da inflação mais 50% do PIB de dois antes.

Até o início da noite, os sindicalistas aguardavam uma definição do Planalto sobre a audiência hoje com Lula.

Das seis centrais -CUT, Força, CGTB, UGT, CTB e Nova Central Sindical-, as três últimas são contra a proposta de atrelar o reajuste dos aposentados a 50% da variação do PIB.

“Continuamos defendendo o acordo, e o governo já fala em editar uma medida provisória para conceder o reajuste real em 2010. Isso pode ser bom porque acalmaria os ânimos de quem é contra e o resto a gente discutiria no ano que vem”, disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves.