Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Artigo

Educação e democracia

Existe relação direta entre democracia e Educação. Quanto mais educado um povo, maior seu apreço pelo regime democrático. Mesmo quando derrotado por projetos autoritários, maior poder de superação tem esse povo.

Não é difícil entender por que isso ocorre, pois a democracia é o regime dirigido pelas leis. Essas leis são escritas na legislação comum ou nas Constituições. Os povos com elevado grau de Educação têm mais condições de conhecer as leis e seu alcance, como também de reconhecer que elas sejam respeitadas, a bem da coletividade.

Protestar, ir às ruas, defender bandeiras, criticar adversários, tudo isso é democrático, desde que de modo pacífico, sem agressões pessoais ou ataques ao patrimônio.

Porém, meu direito de manifestar opinião e ideologia não autoriza desrespeito às posições contrárias. Na manifestação bolsonarista de domingo, houve poucos problemas. Lamentável, contudo, a cena em Curitiba, onde manifestantes rasgaram faixa na Universidade, na qual estava escrito apenas “Em defesa da Educação”.

Já vivemos na sociedade do conhecimento, com as informações em alta velocidade e impressionante avanço tecnológico. Só existe um jeito de participar, ativamente, desse momento histórico: é com uma forte base educacional, desde a primeira infância até a formação de mestres e doutores. Nos países ricos, o valor de mercado de uma empresa inclui a quantidade de profissionais com mestrado e doutorado.

Ainda nesta semana, participo do Congresso Nacional da UGT. Sou da Força Sindical, mas lá estarei como dirigente da Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa. O tema do Congresso ugetista é justamente a Indústria 4.0, que já se instala entre nós e exige alto grau de conhecimento e especialização.

É chocante que pessoas se manifestem com cartazes contra a Educação e as universidades públicas. Nos Estados Unidos, os bilionários financiam os centros de excelência em pesquisa. Aqui, nossos ricaços só querem saber de acumular fortunas, deixando o Estado conduzir sozinho projetos educacionais e pesquisas de longo prazo, que não dão lucro hoje, mas vão propiciar grandes ganhos futuros.

O ciclo da soberba é curto. Vimos isso com Collor de Mello, que se achava no direito de confiscar a poupança, sequestrar contas correntes e agredir, verbalmente, seus desafetos. A força que o poder confere não pode ser confundida com prepotência, porque todo prepotente é ignorante. E o ignorante com poder é um perigo público.

Estudantes – O estudantado fará manifestação nacional amanhã. Deixa a rapaziada protestar e defender a Educação. Bendito o país onde os jovens lutam por mudanças.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação da Força Sindical
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