Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

CNTM

CNTM e UAW debatem em Piracicaba ações globais em defesa dos direitos da classe trabalhadora

O 4º Encontro Internacional de Trabalhadores em Montadoras da CNTM/Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e UAW/United Auto Workers (Sindicato dos Metalúrgicos nos Estados Unidos), realizado em Piracicaba, em conjunto com o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, nos dias 14, 15 e 16 de agosto, debateu propostas para o movimento sindical metalúrgico no Brasil e nos EUA enfrentar os ataques globais aos direitos trabalhistas da categoria, ampliar a sindicalização, buscar o trabalho decente, inserir nas ações as reivindicações das mulheres, jovens, negros e comunidade lgbt e preparar os dirigentes para as novas relações de trabalho e as novas tecnologias da produção industrial.

Abertura
14 de agosto:
com presenças do secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, Wagner da Silveira, Juca; do tesoureiro do Sindicato, Hugo Liva; do secretário municipal do Trabalho e Renda, Evandro Evangelista; Mônica Veloso, vice-presidente da CNTM; Rafael Guerra, dirigente da UAW; Eliseu Costa, tesoureiro da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo; e representantes da UAW.
Juca disse que o evento “é um momento importante para a troca de ideias e propostas para o enfrentamento do atual momento do País. Não podemos deixar os trabalhadores sofrer tanta opressão”.

Participaram dirigentes metalúrgicos de São Paulo, Catalão, Anápolis, Curitiba, São Caetano do Sul, Gravataí, Resende, Sete Lagoas, São Caetano do Sul, Itumbiara e Goiás, além da comitiva internacional dos Estados Unidos.

15 de agosto: o presidente da CNTM, Miguel Torres, disse que a ação global contra os direitos dos trabalhadores em todo o mundo tem demonstrado uma face mais perversa e feroz no Brasil, com uma grande parcela da classe política alheia aos interesses da classe trabalhadora. “A ordem é precarizar as relações de trabalho e tirar direitos, mas temos que continuar dialogando com os trabalhadores, debatendo as mudanças e lutando para garantir nas Convenções Coletivas o que perdemos na nova legislação trabalhista”, disse Miguel. Ele defendeu também uma maior participação unificada do movimento sindical nas eleições de 2018, na escolha de parlamentares mais sensíveis socialmente aos interesses da coletividade.

Mobilização Metalúrgica – Miguel Torres terminou sua participação no segundo dia de debates com a divulgação da agenda de lutas do movimento Mobilização Metalúrgica:

22 de agosto – Lançamento do movimento que reunirá metalúrgicos, químicos, têxteis e vestuário, alimentação, construção civil e construção pesada.

28 a 31 de agosto – Semana do Esquenta, com ampla divulgação da agenda de lutas e reivindicações por meio do informativo “Brasil Metalúrgico”.

14 de setembro – Dia Nacional de Luta, Protestos e Greves contra o fim dos direitos e pelo fortalecimento das campanhas salariais deste segundo semestre.

29 de setembro – Plenária Nacional dos Metalúrgicos para debater e organizar novas ações contra o fim dos direitos da categoria e da classe trabalhadora em geral.

Ginny Virginia, representante do UAW, debateu o tema “ataques globais nos direitos básicos trabalhistas”, e Skip Roberts, do UAW, debateu o tema “engajando trabalhadores no chão de fábrica”, com participação dos dirigentes metalúrgicos do Brasil Reginaldo Faria (Anápolis) e Paulo Pissinini (Grande Curitiba).

Roberto Anacleto (Dieese/CNTM) e Carlos Albino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão e da Federação dos Metalúrgicos de Goiás e secretário de finanças da CNTM, falaram sobre Inovar-Auto e Renovação da Frota de Veículos, e Chris Schwartz, da UAW, falou sobre disparidades salariais nos EUA entre trabalhadores dos setores de montadoras e de autopeças e ações sindicais para a sindicalização.

16 de agosto: Mônica Veloso, vice-presidente da CNTM, falou sobre a necessidade de o sindicalismo se comunicar melhor com os trabalhadores, não só nas fábricas, mas em outros espaços sociais (bairros, igrejas, lazer, esporte e cultura), valorizando os trabalhadores de forma ampla, reconhecendo as especifidades das mulheres, jovens, negros e comunidade LGBT, investindo na memória sindical para que os jovens trabalhadores identifiquem a história de lutas e conquistas, ampliando a sindicalização e tendo uma participação efetiva na política, ampliando as bancadas sociais e trabalhistas nos parlamentos. “A legitimidade do Sindicato também tem de ser construída fora das lutas nas fábricas”, diz Mônica.

Darius Sivin, representante do UAW, falou sobre Saúde do Trabalhador nos Estados Unidos. “Os trabalhadores têm experiência em primeira mão dos problemas e das soluções à medida que acontecem. Lá eles experimentam a solidariedade e seu próprio poder quando conquistam melhorias na saúde e segurança”, comentou.

Após as apresentações, os sindicalistas se dividiram em três grupos e debateram as ideias lançadas durante o 4º Encontro. O presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Piracicaba e região, José Florêncio da Silva, Bahia; o secretário-geral do Sindicato, Wagner da Silveira, Juca, e o tesoureiro do entidade, Hugo Liva, fizeram o encerramento agradecendo a participação de todos. Para Wagner da Silveira, Juca, “O Encontro trouxe-nos muitas experiências e ficará marcado na história do Sindicalismo”, disse.

O evento contou com a presença de dirigentes metalúrgicos de São Paulo, Catalão, Anápolis, Curitiba, São Caetano do Sul, Gravataí, Volta Redonda/Sul Fluminense, Sete Lagoas, São Caetano do Sul, Itumbiara, Goiás e Jundiaí, além da comitiva internacional dos Estados Unidos.