Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Volvo do Brasil anuncia demissões na fábrica de Curitiba


A Volvo do Brasil anunciou na segunda-feira, 1, a demissão de 430 funcionários que trabalham na unidade instalada na Cidade Industrial de Curitiba. Desses, 250 tinham contratos temporários com a empresa, que não serão renovados. Os outros 180 eram do quadro efetivo. Mesmo assim, a Volvo destacou que o saldo de empregos mantém-se positivo se comparado com dezembro do ano passado, quando tinha 2.393 funcionários. Depois das demissões, 2.410 pessoas continuam trabalhando na fábrica, em que são produzidos caminhões e ônibus.

Na sexta-feira, a empresa já tinha anunciado a demissão de 102 dos 700 funcionários da unidade de Pederneiras (SP), que produz equipamentos para obras e construção civil. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, as demissões anunciadas ontem resultam do desaquecimento do mercado de caminhões tanto internamente quanto os destinados à exportação, particularmente a Europa, onde a previsão é de que as quedas nas compras não cessem no próximo ano.

Com as demissões, a Volvo acaba com o segundo turno de caminhões na fábrica curitibana, criado no fim do primeiro semestre e que exigiu a contratação da mão-de-obra temporária, e reduz de três para dois turnos o trabalho na área de cabines. As contratações temporárias visavam atender à demanda em alta. Com as demissões, a produção cai de 77 para 54 caminhões pesados e semi-pesados por dia. A produção de ônibus não terá alteração, mantendo-se a fabricação de sete unidades diariamente.

Além das demissões, a empresa anunciou também ampliação das férias coletivas. Os trabalhadores do setor de blocos e motores ampliam o período de parada de 20 para 50 dias, os de produção de caminhões pesados aumentam de 20 para 30 dias e os que atuam na fabricação dos caminhões médios passam de dez para 20 dias. Um grupo de trabalhadores entra em férias no dia 8 e outro no dia 19.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Nelson Silva de Souza, disse que a não renovação dos contratos dos temporários foi uma atitude normal da empresa, em razão da crise mundial. Mas a demissão de funcionários efetivos está preocupando a entidade, pois pode levar a que outras empresas da cadeia automobilística tomem a mesma atitude. “O temor é de como ficará se não houver aquecimento do mercado depois do primeiro trimestre de 2009”, afirmou.

Fonte: O Estado de São Paulo