Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Metalúrgicos de Osasco/SP

Metalúrgicas da região de Osasco contratam mais pessoas com deficiência

Joicy Costim

Lançamento da pesquisa

Não há mais nenhuma metalúrgica da região de Osasco, com mais de 100 trabalhadores, sem pessoa com deficiência. O índice de cumprimento da Lei de Cotas alcançou os 105,6% em dezembro. É o que revela a pesquisa “Lei de Cotas: Trabalhadores com Deficiência no Setor Metalúrgico”, divulgada na manhã desta quarta-feira, 15, pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e região.

O setor que mais contrata pessoas com deficiência é o de autopeças com 112%. Fatores como a presença de uma cláusula na Convenção Coletiva dos trabalhadores deste setor – que dá preferência as contratações de pessoas com deficiências – e as ações de sensibilização e fiscalização realizadas pelo Sindicato explicam este resultado.

“A menor presença de gente com deficiência nas empresas é de 87,5%. Olhando os anos anteriores, percebemos um maior comprometimento das empresas na contratação de pessoas com deficiências”, ressaltou Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e região.

Na região, a cidade de Jandira é a que mais reúne metalúrgicas em dia com a legislação, com índice de 131,4%. No Brasil, somente 31% das vagas geradas pela lei estão preenchidas.

Para o Gerente Regional do Trabalho e Emprego de Osasco, Ronaldo Freixeda, os dados da Pesquisa demonstram um grande avanço na inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. “Percebemos que está mudando a cultura das empresas. Não necessariamente precisa ter uma mão-de-ferro, cobrando esta empresa, através da fiscalização, a gente já começa a perceber que os números se mantem. Essa informação é fundamental para nós. Isso demonstra que a empresa já assimilou a ideia da diversidade, de que trabalhar com os diferentes não traz problema nenhum”, ressaltou.

Crise derruba vagas – Mas isso não significa que a crise econômica não tenha impactado no nível de vagas para as pessoas com deficiência. Como efeito da queda de 10,5% no número de empresas com cem ou mais trabalhadores, houve o encolhimento em 17,5% do número vagas destinadas a cumprir a Lei de Cotas, que reserva entre 2% e 5% do quadro de pessoal em empresas com cem ou mais trabalhadores para as pessoas com deficiências. Ao todo, os postos de trabalho nas empresas com esse porte caíram 16,7% na região.

Outra constatação é que as empresas continuam a preferir pessoas com deficiências física e auditiva, presentes em 76,3% das contratações, em relação aos demais tipos de deficiência.

Após a divulgação da Pesquisa, aconteceu o lançamento regional do vídeo “O Futuro que Queremos: Trabalho decente e inclusão de pessoas com deficiência”. Trata-se de uma série documental produzida para a internet pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e pelo MPT, com oito episódios que mostram boas práticas de inclusão de pessoas com deficiências.

“O objetivo da série é romper os mitos em torno da contratação da pessoa com deficiência, ela traz exemplo de práticas de empresas que estão cumprindo e buscando cumprir, empresas que transformaram o meio ambiente de trabalho para receber os trabalhadores com deficiências”, procuradora do Ministério Público do Trabalho, Sofia Vilela de Moraes e Silva.

Cristiane Alves
Assessoria de Imprensa