Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

CNTM

Luta unificada entre as centrais será decisiva para superar crise, assinala Miguel Torres

Safra de campanhas salarias de metalúrgicos, químicos, comerciários, têxteis, gráficos e setor alimentício começa sob signo da crise; “Empresários têm de entender que o aumento acima da inflação leva o trabalhador a comprar mais”, diz presidente da Força Sindical.

Em meio à crise econômica e política, está em curso a maior safra de campanhas salariais de 2015. Metalúrgicos, comerciários, químicos, têxteis, gráficos e o setor de alimentos têm datas-base até novembro. No próximo dia 22, a central Força Sindical vai apresentar sua pauta de reivindicações às entidades patronais. Um ato de doação de sangue será realizado por sindicalistas para simbolizar a contribuição dos trabalhadores ao Brasil no momento de crise econômica aguda.

“Damos a nossa parte, e queremos a nossa parte”, resume o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. “Os patrões precisam entender que estarão dando um tiro no pé se vierem com uma postura de negar aumento real acima da inflação”.

O sindicalista sustenta que a única forma correta de superação da crise econômica é pela recomposição do poder aquisitivo dos trabalhadores.

“Quando ganha aumento real, o trabalhador vai às compras”, diz Miguel Torres. “Seja para comprar uma geladeira ou um automóvel, o certo é que as famílias ainda precisam de muitas coisas”.

A Força Sindical quer realizar uma campanha salarial unificada, com a participação das demais centrais.

“O momento exige a nossa unidade na luta”, afirma o sindicalista. “Se nos dividirmos, nos enfraquecemos num momento crucial, em que muitos direitos estão em jogo”.

O pacote de medidas sobre o Orçamento de 2016 não agradou ao líder da Força.

“Esse pacote não dá esperança a ninguém. Trabalhadores, empresários, classe média, aposentados, todos são prejudicados”, aponta. “Só os bancos gostaram”.

A volta da CPMF é igualmente criticada.

“A CPMF é talvez o imposto mais justo, mas ele teria de vir acompanhado de uma reforma tributária completa”, adverte. “Por que esse governo nem fala em taxar as grandes fortunas? Porque têm compromissos inconfessáveis, têm medo de enfrentar os ricos”.

A campanha salarial da Força terá muitos movimentos táticos, como o início com a doação de sangue em paralelo à entrega das reivindicações às entidades patronais.

“O capitalista que não entender que só o aumento real de salário para os trabalhadores pode levar ao início da superação da crise econômica estará dando um tiro no próprio pé, assinala Miguel Torres. “Sem consumo, o Brasil vai parar”.