Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Comunicação

Com o fim da contribuição sindical obrigatória é preciso Sindicalizar! Para sindicalizar é necessário comunicação!

Por Esdras Gomes

A derrota no Supremo Tribunal Federal (STF) era prevista, mas nos iludíamos para amenizar a situação de derrota que se configura no movimento sindical. Os meios de comunicação e o setor empresarial apostam que vão matar os sindicatos com o fim da contribuição sindical obrigatória. Eles apostam que as entidades não são capazes de organizar ou sindicalizar 10% dos seus trabalhadores na base.

Sindicalizar é preciso! Muitos ficam apostando em algumas formas de contribuições obrigatórias. A melhor solução é realizar grandes campanhas de sindicalização permanentes.

É só pegar a calculadora! Vamos imaginar um sindicato que tenha 500 sócios e possua uma base de 10 mil trabalhadores. A média salarial é de R$ 1.200,00. O trabalhador contribui de uma única vez com R$ 40,00. Que é dividido da seguinte forma:

60 % fica no sindicato = R$ 24,00
15% fica na Federação = R$ 6,00
5% fica na confederação = R$ 2,00
10% para a Central sindical = R$ 4,00
10% para o Ministério do Trabalho = R$ 4,00

No total o arrecadado pela contribuição sindical seria de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). Na entidade ficaria um total de R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) que seria equivalente a 70%.

Vamos trocar a contribuição por sindicalização! Vamos pegar os R$ 240.000 e dividir por 12 meses do ano. Dá um total de R$ 20.000,00 por mês. Se o sindicato tiver no estatuto que o valor de mensalidade é de 2% do salário base, a mensalidade seria de R$ 24,00. Para recuperar o perdido pela perda da receita da Contribuição Sindical, este sindicato deve sindicalizar e manter 834 novos associados. Um total de aproximadamente 8,5% da categoria.

Para vencer a reforma trabalhista é necessário investir em comunicação! A necessidade urgente de crescimento dos sindicatos leva a uma disputa da consciência dos trabalhadores. Para isto é necessário uma transformação na forma da comunicação sindical, que passa a ser menos de comunicação institucional, para ser uma comunicação de luta, de conquista da consciência do trabalhador. Todo sindicato deve ter sua comunicação nas mãos de um profissional de imprensa que entenda o papel do sindicato. Isto não nasce do dia para noite, nasce de um aprendizado cotidiano. Devem ser pensadas campanhas de sindicalização, alegres, que ganhem os trabalhadores. Mas isto leva tempo e paciência. Não será resolvido numa visita ou num panfleto, mas em várias visitas e vários panfletos.

Estrutura sindical solidária – A manutenção das entidades superiores (federações, confederações e centrais) é responsabilidade dos sindicatos de base. Para serem mantidas, devem ser destinados percentuais do valor das sindicalizações, como era feito com a contribuição sindical para o custeio das entidades.

Esdras Gomes Silva é jornalista sindical do Ceará.

Formado em Jornalismo pela Faculdades Cearenses (FAC), onde defendeu a monografia” Padrões de manipulação em telejornais- Caso Greve na Construção Civil em 2012″, e em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE),onde defendeu a monografia “Liberdade de Imprensa em Marx”. Participou ativamente do movimento estudantil no D.A de Comunicação da FAC e do C.A. de Filosofia da UECE. Atuou como coordenador pedagógico e administrativo do Projeto Todas as Letras da CUT. É sócio- fundador da agência de notícias Metamorfose Comunicação.