Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Economia

Centrais protestam contra aumento da taxa de juros

Jaélcio Santana

A Força Sindical e demais centrais sindicais fizeram nesta terça, 28 de julho, um protesto em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o aumento da taxa de juros.

Miguel Torres, presidente da CNTM e da Força Sindical, foi uma das lideranças do ato que reuniu sindicalistas e trabalhadores de várias categorias, estudantes e movimentos sociais.

Os manifestantes pediram juros mais baixos e querem sensibilizar os tecnocratas do governo e a sociedade sobre a importância de manter a taxa de juros em patamares menores.

Eles acrescentarm ao ato momentos de panelaço e montaram um pódio para premiar banqueiros e especuladores com medalhas de Campeões Mundiais de Juros Altos. O primeiro lugar é para os juros altos, o segundo para a recessão e o terceiro para o desemprego.

“É mais uma tentativa do movimento sindical para sensibilizar o governo em busca da retomada do desenvolvimento econômico e industrial, mas o governo não escuta o trabalhador”, disse Miguel Torres, acrescentando: “estamos cada vez mais numa crise sem saída”.

Em seu discurso, Miguel Torres afirmou que aumentar juros para combater a inflação não tem efeito positivo. “Temos a maior taxa de juros do mundo e a inflação talvez passe a ser maior também. Inflação tira o poder de compra, prejudica o sustento dos lares, enquanto os juros altos impedem o desenvolvimento e a retomada do emprego”, disse.

Mais uma vez as centrais sindicais unidas defendem a trilha do desenvolvimento em benefício da população, da indústria nacional, do emprego. “Estamos unidos em defesa dos direitos e contra o aumento dos juros”, disse.

O Copom (Comitê de Política Monetária) está reunido e deve anunciar nesta quarta, 29, um novo aumento na Selic (taxa básica de juros da economia).

Miguel Torres lembrou que a presidente Dilma pode vetar, nesta quarta-feira, a emenda aprovada no Congresso Nacional, que amplia a política de valorização do salário mínimo até 2019 e garante a extensão do reajuste do mínimo a todos os aposentados e pensionistas.  “Isto só vai piorar a situação social do País”, disse.

“A crise atual tem muitos motivos, e um deles são os juros altos que acabam encarecendo os investimentos na produção, e aumentando também a demissão”, declarou Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos também participou do protesto, que terminou por volta do meio-dia. O diretor Célio Ferreira Malta destaca: “O juro alto fere a produção e dizima o emprego dos trabalhadores. Não aceitamos essa situação”.

Carlos Salles